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Inquietações de Assis retrata deliciosamente o cotidiano da vida do interior. A centenária Assis é homenageada neste livro dentro de aspectos muito peculiares. Alguns personagens característicos, eventos emocionantes e seus aspectos políticos e sociais aparecem em artigos publicados pelo autor em jornais locais desde 1975.
O destaque particular, ao ensino e ao professorado, representa a íntima relação do autor com esta cidade de efetiva tradição universitária.

     :: Prefácio

Os escritos que aqui estão reunidos representam inquietações de espírito lúcido em nossa fraternal Assis, em geral acumuladas nas décadas de 1980 e 1990, mas também em amplo período, com começo em 1971 e seu prolongamento pela primeira década do século XXI.

Embora com assuntos diversos, desde as naturais preocupações com a Universidade e o Ensino – áreas do trabalho profissional do autor – até notórios destaques de personagens assisenses, passam por reflexões de cidadão participativo, inclusive sobre discrepâncias sociais que não deixam de ser notadas e, por isso, podem ser registradas. Vai-se, facilmente, do cidadão comum, mais humilde, ao de prestígio e de altas responsabilidades, do recém-nascido de boas perspectivas ao já idoso experiente, com a mesma palavra franca, por vezes de difícil colocação, de quem busca a verdade de modo sincero.

Formalmente tais escritos aqui se revelam, em maioria, como crônicas, publicadas em jornais da cidade ou da região. Porém, nesta edição, também representam pronunciamentos do autor em sessões solenes, ou se mostram como cartas que, com frases objetivas, colaboram para a firme fixação de verdades pessoais e institucionais, ou como poesia (ou prosa poética), a fazer evocação de significativos instantes familiares, chegando ao encerramento com um texto de entrevista – pequena síntese de existência, por troca objetiva de idéias em diálogo controlado.

Trata-se, por conseguinte, de ampla variedade de formas a envolver, de modo inquietante, a diversidade de temas da dinâmica social, em reflexo da própria existência do autor, de núcleo bastante humano, de esforço coletivo, sem privilégio gratuito.

Vale assinalar, por fim, que a ampliação destas Inquietações renova – agora com o honroso título de Cidadão Assisense – a nossa homenagem à cidade fraternal de Assis, onde vivemos, com prazer, desde 1962, e onde desenvolvemos, por 42 anos, a nossa carreira universitária, na Faculdade de Letras, hoje UNESP.

Tudo o que aqui se disse, então, acaba por sublinhar a projeção de nossa comunidade cordial, confirmando-se o verdadeiro assisense como justo merecedor da dedicatória deste livro.

J. A.